Colin Gunn cumpre 35 anos por assassinato
Um dos presos considerados mais perigosos da Grã-Bretanha ganhou o direito de ser chamado de "senhor" pelos carcereiros da penitenciária de Londres onde cumpre pena de 35 anos por assassinato.
Colin Gunn, classificado como preso de alta periculosidade, é agora chamado de "senhor Gunn" após submeter uma reclamação ao ombudsman (ouvidor) do sistema prisional britânico.
O prisioneiro, chefe de uma das mais notórias gangues de tráfico de drogas da cidade de Nottingham, no centro da Grã-Bretanha, alegou que não estava sendo tratado com respeito pelos funcionários da cadeia.
Segundo a mídia britânica, a polícia atribui a Gunn cerca de 50 tiroteios e pelo menos seis mortes. Ele foi condenado pelo assassinato de um casal de meia idade, pais de um inimigo.
A decisão abre o caminho para que todos os presos britânicos possam escolher a maneira como desejam ser chamados pelos funcionários, incluindo títulos como senhor ou doutor ou apelidos.
O sindicato dos carcereiros criticou a determinação. "Isso é o politicamente correto em um nível insano", disse o presidente do sindicato, Colin Moses.
"Você precisa ganhar o respeito, não exigi-lo. Os prisioneiros certamente não tratam os funcionários com respeito", afirmou.
"Concordo que as pessoas devem ser tratadas com decência, mas o que é a decência? Onde está a decência para os funcionários? Temos o maior nível de ataques contra funcionários da história. Ainda assim perdemos tempo, energia e dinheiro com casos com o de Gunn", reclamou.
Colin Gunn relatou seu caso em uma carta publicada pela revista Inside Time, voltada à população carcerária.
"Apesar de não haver uma política nacional que estipule como os prisioneiros devem ser chamados, todas as prisões devem ter recebido claras instruções sobre isso. Não é mais aceitável chamar os prisioneiros só pelo sobrenome", afirmou o prisioneiro na carta.
Gunn também oferece instruções para os outros prisioneiros que quiserem contestar a forma pela qual são chamados pelos carcereiros, citando os formulários necessários e os organismos para os quais encaminhar as reclamações.
"Você ganhará o caso, e sua prisão sabe disso, mas tentará de tudo para escapar. A lei está do seu lado, então não desista", afirma o prisioneiro. "Vocês não precisam mais ser humilhados por funcionários rudes e ignorantes. Lutem pelos seus direitos", conclui Gunn.
Colin Gunn está preso desde 2006 e já passou por várias penitenciárias do país. Ele é transferido constantemente, de acordo com a política do sistema penitenciário, para evitar que organize grupos e influencie outros prisioneiros.
Em janeiro, uma reportagem do jornal The Sunday Times revelou que Gunn mantinha, de sua cela, uma conta no Facebook da qual enviava ameaças a desafetos.
"Eu vou voltar para casa um dia e não posso esperar para olhar nos olhos de certas pessoas e ver o medo de me verem ali", dizia uma das mensagens na conta, que foi fechada posteriormente. A polícia suspeita também que Gunn continue a chefiar sua gangue com ordens de dentro da prisão.
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